terça-feira, 24 de março de 2015

As Asas do Vento

Do tanto que podia ser dito, torna-se difícil escrever sobre aquele que é o último filme do agora reformado Hayao Miyazaki. Quase dois anos depois da sua estreia lá fora, podem vê-lo em apenas três salas da capital e recomendo vivamente que o façam. Movido a sonhos, como o são todas as obras do magnífico cineasta japonês, As Asas do Vento é mais do que um filme sobre aviões ou a Segunda Guerra Mundial - é sim, um revisitar dos altos voos a que Miyazaki nos habituou e que dificilmente serão esquecidos.

Apesar da sua história pelos ares, é um filme com os pés assentes na terra. Mais "crescido" do que obras como O Meu Vizinho Totoro ou Ponyo à Beira-Mar, menos épico do que Princesa Mononoke e mais contido do que A Viagem De Chihiro, não deixou ainda assim de me encantar e deixar boquiaberta durante as duas horas da sua duração. Não foi recebido da mesma forma simpática no Oriente, onde Miyazaki chegou a ser acusado de glorificar o imperialismo japonês.

Visto deste lado do mundo, Jiro Horikoshi, personagem principal e criador do caça Mitsubishi Zero, afigura-se-me como um entusiasta que cria aviões de guerra durante o dia, mas sonha enchê-los de belas raparigas com vestidos esvoaçantes pela noite fora. No meio disto tudo, ainda sobra espaço para uma história de amor, um verão quente e um elogio da juventude da qual Hayao Miyazaki, com 74 anos e uma soberba imaginação, nunca poderá verdadeiramente despedir-se.

CINEMA IDEAL
15h30, 19h45

EL CORTE INGLES
14h, 16h35, 19h15, 21h55, 00h30

CINEMA CITY ALVALADE
19h40