segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Em Parte Incerta

Declaro a sessão de cinema de ontem como a minha saída oficial e gloriosa da silly season. A escolha recaiu com naturalidade sobre David Fincher, em todo o seu esplendor e a um nível que leva a crítica a considerar este "Em Parte Incerta" como um dos filmes do ano. Mais uma vez, não vou aventurar-me em análises extensivas acerca da narrativa, desconstrução de personagens e tantas coisas que podiam (e deviam. Céus, como deviam!) ser ditas acerca deste thriller cativante e delicioso. Não sendo absolutamente imprevisível, mostra-nos muitas vezes que não é disso que se trata. Para mim, não é tanto a surpresa do que acontece, mas como e porquê. Diria melhor: para quê.

Agora que vai haver muito boa gente a odiar, isso vai. Bastou-nos olhar para as duas senhoras de meia-idade que deixavam a sala de cinema à nossa frente manifestando em voz alta o seu desagrado. Das diversas falhas gravíssimas apontadas pelas mesmas, recordo-me das seguintes: a) a duração do filme. Como toda a gente sabe, a duração apropriada deve estar entre os 90 e os 100 minutos. Mais do que isso já é um desperdício de tempo útil que poderia ser utilizado para fazer uma máquina de roupa e adiantar o jantar; b) que o filme foi "uma seca" - lá está. De novo, nada bate o entusiasmo de roupa colorida a girar no tambor.